Mais um estudo demonstra que as vacinas protegem contra a covid longa, reduzindo o risco de sequelas da infecção original. Desta vez, a pesquisa foi liderada por cientistas da Universidade Washington em St. Louis, nos EUA, que analisaram dados de saúde de 4,4 milhões de norte-americanos. A conclusão é que os não vacinados têm uma probabilidade quase duas vezes maior de desenvolver o problema.
Os dados também mostram que a probabilidade geral de alguém desenvolver a covid longa caiu, embora ainda exista. Segundo os autores, cerca de 70% da redução de risco se deve à vacinação e 30% às mudanças ao longo do tempo, como os melhores tratamentos disponíveis. Hoje, as taxas de sequelas também são menores devido à imunidade prévia.
Anteriormente, pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, demonstraram que as pessoas vacinadas têm 40% menos chances de desenvolver covid longa. Em outro estudo britânico, evidências sobre esta proteção contra sequelas da covid-19 foram novamente levantadas.
Apesar da melhora do cenário, a covid longa ainda é um desafio para a saúde pública. Afinal, os pacientes podem desenvolver fadiga debilitante, dificuldade para respirar, névoa cerebral e outras inúmeras complicações.
Vacinas reduzem risco da covid longa
Publicado na revista New England Journal of Medicine (NEJM), o estudo norte-americano comparou os dados de saúde de 4,4 milhões de pessoas infectadas ou não pelo vírus, entre os anos de 2020 a 2022.
Neste período, surgiram duas variantes de risco: a Delta e a Ômicron. Ambas se espalharam por todo o globo, tornando-se as cepas mundialmente predominantes.
O maior número de casos de covid longa ocorreram com a cepa original, quando não existiam vacinas e nem imunidade prévia. Com as novas variantes, a probabilidade geral de sequela foi reduzida, mas o risco caiu quase o dobro para as pessoas vacinadas durante a temporada da Ômicron.
Vale destacar que, no momento, ainda persistem as cepas descendentes da Ômicron. Isso inclui as variantes KP.3, KP.2, KP.1 e LB.1. Inclusive, alguns países enfrentam novas altas de casos, como os EUA. .
Evolução do risco de covid longa
A seguir, veja como o risco de covid longa caiu ao longo dos anos:
- Início da pandemia: 10,42 em cada 100 pessoas desenvolveram a covid longa. Aqui, ninguém estava vacinado;
- Temporada da variante Delta (entre junho a dezembro de 2021): 9,51 em cada 100 pessoas não vacinadas tiveram covid longa. Entre os vacinados, foram 5,34 casos para cada 100 imunizados;
- Temporada da variante Ômicron (a partir de dezembro de 2021): 7,76 em cada 100 pessoas não vacinadas apresentaram covid longa. No entanto, apenas 3,5 em cada 100 pessoas vacinadas sofreram com as sequelas.
“A covid longa não acabou”, destaca John J. Cochran, médico nefrologista e autor do estudo, em nota. Para evitar mais problemas, “não podemos baixar a guarda”, pontua.
Segundo o especialista, é preciso tomar as doses anuais de reforço contra a covid-19, já que “elas [as vacinas] são a chave para suprimir o risco da covid longa. Se abandonarmos as vacinas, o risco provavelmente aumentará”, completa.
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Fonte: NEJM, Universidade Washington em St. Louis
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