Algumas substâncias químicas que possuímos em casa podem ser prejudiciais para as células do cérebro. É o caso de alguns produtos para o cabelo e de desinfetantes, por exemplo. A teoria está presente no mais novo artigo da Nature Neuroscience, publicado na última segunda-feira (25).
Os neurocientistas da Case Western Reserve University School of Medicine (EUA) observaram mais de 1,8 mil produtos químicos para identificar possíveis perigos, e chegaram a substâncias que talvez tenham relação com condições neurológicas como esclerose múltipla.
O projeto se concentrou em um tipo de célula do cérebro chamado oligodendrócitos, responsável por formar uma proteção ao redor das células nervosas.
A perda de oligodendrócitos pode contribuir para o desenvolvimento de esclerose múltipla, por isso o estudo faz esse alerta sobre a associação entre esses produtos e a doença.
Produtos perigosos para o cérebro
Os produtos químicos que representam perigos para o cérebro são compostos de amônio quaternário. Esses compostos marcam presença em muitos itens de cuidados pessoais e desinfetantes, então vale a atenção.
Experimentos com roedores mostraram que as substâncias danificam os oligodendrócitos no cérebro em desenvolvimento. No entanto, é uma vulnerabilidade que não se aplica a outras células cerebrais.
O estudo defende que "compreender a exposição humana a estes produtos químicos pode ajudar a explicar um elo perdido na forma como surgem algumas doenças neurológicas”.
O apelo dos cientistas também envolve a necesidade de testes mais abrangentes sobre os impactos desses produtos químicos domésticos comuns na saúde do cérebro:
"A associação entre a exposição humana a estes produtos químicos e os efeitos na saúde do cérebro requer uma investigação mais aprofundada", expõe o comunicado da universidade.
A Case Western Reserve University School of Medicine garante, então, que pesquisas futuras devem rastrear os níveis químicos nos cérebros de adultos e crianças para determinar quanto tempo precisa ter de exposição a esses presentes em produtos para o cabelo e desinfetantes até que surjam as consequências.
Fonte: Nature Neuroscience, Case Western Reserve University
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